Rádio Genoveva Ao Vivo


quinta-feira, 1 de abril de 2010

POETA ESCRITOR VICENTE FREITAS É PERSONALIDADE EM DESTAQUE



NO NOSSO PROGRAMA DO DIA 26/03/2010, HOMENAGEAMOS COMO “ILUSTRE PERSONALIDADE EM DESTAQUE” O NOSSO CONTERRÂNEO E AMIGO VICENTE FREITAS ARAUJO, O ÍCONE DA CULTURA BELACRUZENSE.

VICENTE FREITAS de Araújo Costa – jornalista e escritor cearense – nasceu na cidade de Bela Cruz, Ribeira do Acaraú. Filho de José Arimatéa Freitas Araújo e d. Maria Rios Araújo. Dedica-se à literatura e às artes plásticas, distinguindo-se como historiador, cronista e caricaturista. Depois de estudar em algumas escolas de sua cidade natal, mudou-se para Fortaleza, passando então a conviver com um grupo de escritores e poetas, freqüentadores da casa de Juvenal Galeno. Licenciado em História e Geografia, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. É autor dos livros: Almanaque poético de uma cidade do interior (1999); Nicodemos Araújo – uma antologia (2000); O carpinteiro das letras (2002); Esboço genealógico de Bela Cruz (2006). Bela Cruz – biografia do município (2007). Participou de várias antologias, dentre as quais: Poetas brasileiros de hoje, Shogun Arte Editora, RJ (1992); Valores literários do Brasil, RJ (1996); Contos e poemas do Brasil, Litteris Editora, RJ (1997); Os melhores da literatura, Litteris Editora, RJ (1998); Anuário de escritores, Litteris Editora, RJ (1999); Sonhos e expectativas, Scortecci Editora, SP (1999); Encontro com a palavra, Scortecci Editora, SP (2000); Seleção de poetas noctívagos, Scortecci Editora, SP (2001); As melhores poesias do século, Litteris Editora, RJ (2002); Três milênios de poesia e prosa, Fortaleza (2003). É verbete da Enciclopédia da literatura brasileira contemporânea, (volumes VII e IX, de Reis de Souza); Dicionário biobibliográfico de escritores brasileiros contemporâneos (1998), de Adrião Neto; Novo dicionário biobibliográfico de escritores brasileiros 2000, Litteris Editora, RJ (2001); Enciclopédia de literatura brasileira, de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, MinC/ABL/Global Editora (2001). Em 1996, o Conselho Editorial da Revista Brasília, outorgou-lhe a Medalha do Mérito Cultural, pelos relevantes serviços prestados à cultura do país e por sua participação nas iniciativas literárias do Grupo Brasília de Comunicação. Em 1999, recebeu Medalha de Bronze, no Rio de Janeiro, por sua classificação em terceiro lugar, no II Festival Nacional Literário, promovido pela ABRACE. Foi um dos finalistas do prêmio nacional de poesia Menotti del Picchia 2000, e do internacional Von Breysky 2001.
Vicente Freitas
Bela Cruz/CE - Brasil
10 textos (592 leituras)
5 e-livros (410 leituras)
(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 28/02/10 05:33)


HISTÓRIA DE BELA CRUZ
Conforme antiga tradição oral, em princípios do século XVIII, uma mulata chamada Genoveva passou a morar no local hoje ocupado pela cidade de Bela Cruz e mandou construir uma casinha sobre a colina, a noroeste da atual Igreja Matriz. A tradição diz ainda que Genoveva tinha uma profissão especial: sabia fazer benzeduras e rezava para diferentes mazelas – espinhela caída, quebranto nas crianças e reumatismo nos velhos; bem como adivinhar o futuro. Essa profissão constituía naquele tempo, uma eficiente fonte de renda, e Genoveva granjeou tanto prestígio, que o local ficou conhecido por Alto da Genoveva. Por essa época, como a localidade e adjacências já formassem um pequeno arraial deu-se início à construção de uma Capela, consagrada a Nossa Senhora da Conceição. A proximidade do Rio Acaraú e a fertilidade das terras da ribeira e da mata constituíam promessa de facilidade de sobrevivência e até de fartura. “O solo se prestava, convenientemente, como ainda se presta, ao cultivo do algodão, da mandioca, de alguns cereais e até cana de açúcar, ao passo que os campos e as caatingas se adaptavam à criação de bovinos, caprinos, suínos e outros. A preferência daqueles que desejavam viver e trabalhar naquela área era pela terra mais próxima da povoação, especialmente à meia légua doada à capela, para formar seu patrimônio. Outros buscavam a povoação, com o objetivo de aumentar seus haveres, porque já eram detentores de recursos e queriam terra boa onde lhes conviesse desenvolver suas atividades”. (1)
Apesar de a tradição oral dar conta de uma velha mulata (Genoveva) como a primeira habitante da localidade, isso não é exato. Como já vimos diversos latifundiários e criadores de gado, ali adquiriram sesmarias e ali passaram a morar, isso, quase um século antes da existência de Genoveva. Afirmamos mesmo que – como já observara Antonio Bezerra – essa tradição é falsa, como são todas as que se referem às origens do Ceará. (2)
O que sabemos sobre Genoveva que, na verdade, não era mulata, nem rezadeira, nem velha, é o seguinte: A 1º de novembro, de 1753, realiza-se na Matriz de Caiçara (Sobral) o casamento religioso de Miguel do Prado Leão, filho de Cosme do Prado Leão e Luzia da Assunção Oliveira, com Ana Maria de Vasconcelos, uma das sete irmãs, filha de Manoel Vaz Carrasco e D. Madalena de Sá. Após o casamento passaram a residir na Fazenda Malassombrado, (Bela Cruz). Deste consórcio houve 9 filhos, entre estes, Martinho do Prado Leão, que se casou, a 22 de julho de 1793, com Genoveva Maria de Jesus, sua prima, filha de Anselmo de Araújo Costa e D. Francisca Xavier. Posteriormente, este casal passou a morar nas proximidades da Capela de Santa Cruz. Eis aí a origem do nome – Alto da Genoveva – que, estamos certos, nunca deu nome ao povoado, mas apenas à parte do alto onde Genoveva residia. E, se Genoveva, como consta, passou a morar no local após seu casamento, ocorrido 61 anos depois da construção da Capela de Santa Cruz, impossível ter sido ela a primeira habitante da localidade. Ainda mais que, em 1732, quando os sesmeiros Nicolau da Costa Peixoto e Domingos Aguiar de Oliveira, (3) doaram alguns bens para o patrimônio da Capela, a localidade já tinha o nome de sítio Santa Cruz, conforme podemos observar na Escritura de Doação. E com esta denominação o povoado atravessou anos e séculos, até que através do decreto federal nº 311, de 2 de março de 1938, recebeu o nome de Bela Cruz. Diante do que escrevemos e transcrevemos, parece que não poderá haver mais dúvidas de que a primeira denominação da hoje cidade de Bela Cruz – foi SANTA CRUZ e não Alto da Genoveva. Se levarmos em conta a tradição, é forçoso dizer, não há o que aproveitar em benefício da verdade.
Resumindo: a hoje cidade de Bela Cruz nasceu há mais de três séculos, precisamente, em 1683. Naquele ano foi concedida a Manoel de Goes e seus companheiros a primeira sesmaria do Vale do Acaraú. Posteriormente outras pessoas ali vieram morar. Em 1732 construíram uma igrejinha. Esse templo consagrado a Nossa Senhora da Conceição. Em 1938, o Decreto Federal nº 311, deu ao topônimo a denominação de “Bela Cruz”. O patrimônio da capela foi constituído de meia légua de terra e 40 vacas, doadas pelos proprietários Nicolau da Costa Peixoto e Domingos Aguiar de Oliveira, a 12 de setembro de 1732. Já o município foi criado por lei de 23 de fevereiro de 1957, do então Governador do Ceará, Paulo Sarasate Ferreira Lopes, e foi instalado, oficialmente, a 25 de março de 1959. Eis a verdadeira história. E o resto – e o resto do resto – quem quiser que leia o resto.
FONTE E FOTO: edilsoncarvalhedo@hotmail.com

Um comentário:

Fever Bieber disse...

Já tive oportunidade de ler algumas obras do Vicente Freitas, na internet, e achei interressante. Acho mesmo que, os belacruzenses, que amam seu torrão (torrão?), deveriam valorizar mais os talentos de sua terra e, também, se interessar mais por sua história. Se temos alguma coisa, em Bela Cruz, que merece nosso repúdio...é essa política imoral que se faz, hoje, por aí...esse adrianos deixam muito a desejar...